quinta-feira, outubro 26, 2006

escolham vocês o titulo





Chama-se Carlos Borges e é apenas mais um anónimo, como eu e tu, como nós. É apenas mais um jovem adolescente, que teve o azar de crescer e viver onde vive.
Provavelmente se o Carlos fosse um pseudo jet 7 qualquer a história que viveu preencheria as 1ªs páginas de jornais, abriria telejornais, e correria todo Portugal, como o Carlos é apenas mais um que nasceu onde os nossos olhares passam e fingimos não ver, a história, apenas aparecerá contada nas linhas deste blog, que continuo a escrever, sejam muitos a ler, como agora o são, ou poucos como aconteceu no passado.
O Carlos á cerca de 1mês e meio atrás foi abordado por 3 agentes da PJ, quando ia para mais um jogo de bola com os amigos. Foi levado para a judiciaria onde foi interrogado e espancado, para confessar algo que de que o acusavam, acabou por assinar papeis que não sabia o que eram e que o levaram a ser detido e presente ao juiz, veio a saber mais tarde que era a sua confissão. Passou a conhecer o local de que tantas vezes falou em tom de gozo quando se referia aos meninos da casa pia, ou aqueles dois senhores que tem um nome igual ao seu.
Como devem imaginar ter 19 anos e ser preso por uma coisa que não se fez, pode mudar a vida de um jovem. Conviver, conversar e ouvir diariamente outros jovens / homens a falar de matar, roubar, traficar, falsificar, burlar, snifar, do que já se fez, do que já se comprou, do que já se teve e se fez com o dinheiro, pode traçar definitivamente o rumo de um kid, como o Carlos.
Felizmente este estava bem “agarrado”, “trabalhado” e foi também apoiado por uma equipa que naquele momento inocente ou não, não o abandonou e foi a essa equipa que fez questão de agradecer no dia em que saiu, foi como um filho voltar a casa para o colo da mãe.
Agora quem devolve ao Carlos os cerca de 45 dias que não pode fazer o que gostava, com quem gostava, as oportunidades que demorou a ter, mas porque foi confundido com alguém as perdeu.
Por isso é que acredito cada vez menos em politica e justiça, por isso é que cada vez mais lhes dou o meu desprezo, e como felizmente aqui posso escrever e dizer o que quero, digo bem alto “putas ao poder porque os filhos já lá estão”.
A ti kid, já que a sociedade não o faz, nunca o fará e apenas dá o poder a um homem de negro para carimbar um papel a dizer que és inocente, a ti, já que a sociedade não o faz, peço-te desculpa e agradeço o facto de na altura estares a passar por um período difícil, teres confiado, acreditado em mim e teres feito para mim um livro que relatou esses longos dias preso, agradeço por me veres como um exemplo, agradeço por seres como és….e para ti só posso deixar as mesmas palavras que alguém que infelizmente já não está presente na minha vida, me deixou um dia
” Continua a lutar e nunca te esqueças que para ti o pouco nunca é o suficiente!!!”
Ps: Mc os homens (também) choram,
O Valdo é homem,
Logo o Valdo (também) chora


Comentários: sabiiituuudo@gmail.com

revisão social

Cova da Moura, 6 de Maio, Santa Filomena, Armador, Boavista, Bela Vista, Picheleira….que tem em comum estes nomes??? Zonas da área da grande Lisboa, por onde já passei em trabalho, zonas que para a grande maioria, causa medo só de ouvir falar, quanto mais por lá passar.
Uns são amontoados de barracas onde cada um vai construindo á medida que arranja tijolo e cimento, outros de realojamento de pessoas que já viveram nas tais barracas e que um dia ganharam tecto, mas que nunca lhes ensinaram como é viver debaixo dele, muitas vezes ou melhor, grande parte das vezes, levam os mesmos hábitos que tinham quando ainda viviam nos seus “apartamentos”, para as suas novas casas. Então acaba por ser normal ver sacos de lixo a voar do alto das torres de realojamento, não será uma questão de reeducação? De um acompanhamento social, aquando dessas mudanças.
Todos tem o seu ritmo, assim como Lisboa tem um ritmo diferente de Londres, cada bairro tem um ritmo diferente de um outro, moldado pelo cruzamento étnico – racial que o preenche.
Não é fácil a vida nos bairros, não é fácil a vida de quem trabalha nos bairros, mas quem trabalha nas áreas do social e é tocado, por todos aqueles cheiros, ritmos, crenças, adrenalina de que a qualquer momento pode acontecer algo, dizia eu quem é um dia tocado por tudo isso, nunca esquece mesmo que um dia seja fechado num qualquer gabinete no centro de Lisboa.
Há muito que as palavras Guetto e Guettização entraram no nosso dicionário, vieram juntar-se a outras como discriminação, criminalidade, a minha pergunta é…a culpa é dos bairros? Não só, mas também, será. enquando existirem palavras e frases bonitas nos papeis como “igualdade de oportunidades”ou ”avaliações pelo que fazes não por onde vens” essa culpa será totalmente dos bairros quando essas frases sejam totalmente verdade.
Sempre ouvi dizer que violência gera violência, assim como discriminação gera ódio e o ciclo é sempre o mesmo, mas pouca gente se apercebe que o cancro cada vez mais se alarga, se alastra e deixou de ser só nos bairros ou gerado só por gente dos bairros.
Entramos na Europa na altura dos 12, hoje já perdemos a conta de quantos são os países de CE, e a nossa evolução enquanto país foi…..??? talvez uma nova ponte sobre o Tejo, uma expo, uma casa da cultura e um euro de futebol com novos estádios, será que a culpa é só das gentes dos bairros…ou dos Eslavos? Perguntas a mais….muitas perguntas, que são as mesmas perguntas (em termos de número) que o qualquer residente de classe média (sempre achei piada a estas classificações sociais) na nossa tuga nos dias que correm faz….como é que me vou orientar esta mês para pagar as contas todas….casa, carro, a escola do miúdo (porque só dá mesmo para ter um), medicamentos, livros. Agua, luz, gás, seguros… ai como era bom que o subsidio de ferias ou natal fosse de 2 em 2 meses….e cada vez é “vá para fora cá dentro”, a sorte é que a crise não toca a todos e no verão se formos até ao bairro alto, baixa ou Algarve, podemos nos cruzar com outras culturas e imaginar que fomos de férias até terras distantes…..

Ps: como devem ter notado este texto é como começar numa ponta e acabar na outra sobre assuntos que tem e não tem haver uns com os outros. Mas saiu assim e ficou assim….talvez uma breve e rápida “visão social”

A gota, o grão e o tijolo

Prometi a mim mesmo á muito tempo atrás, tentar tudo para ser feliz. Um dia algures no tempo, em determinados tempos do tempo, fui, em determinados tempos do tempo serei…
Todos buscamos o mesmo, a eterna busca da felicidade, sem nos apercebermos que pura e simplesmente, ela não existe, ela é apenas e só a junção de vários momentos, de vários bons momentos, ela é apenas e só uma utopia, uma miragem num deserto, podem existir momentos, momentos de felicidade, e ser e estar feliz, não será a junção de vários momentos de felicidade?
A praia só é praia porque junta pequenos grãos de areia, o mar só é mar porque junta pequenas gotas de agua, uma casa só não cai porque são os tijolos que a sustentam, ou seja, a força está na junção de pequenos e insignificantes unos, que ao se juntarem fazem um uno muito mais forte.
Sempre tive que correr pelo que quis, o gosto da conquista, o cheiro da conquista, as lágrimas da conquista, como são difíceis de explicar todos esses gostos, cheiros e lágrimas, só quem alguma vez provou tal cálice desse sublime vinho poderá entender.
Passei a apreciar cada momento da minha vida, vi o meu crescimento e amadurecimento como uma luta de constantes conquistas, hoje vejo cada momento, como um momento de felicidade, cada momento será apenas e só a gota do mar, cada gota deste mar que nunca secará, será um grão de areia, cada grão de areia deste imenso areal que se perde no horizonte, cada tijolo desta casa, que nunca se terminará de construir. E em cada momento, continuo a prometer que serei sempre feliz.
Deixei de viver a utopia, para apenas viver o momento, esses momentos farão com que a miragem no deserto, não sejam apenas e só uma miragem….

Ps: sei que alguns dos que irão ler este texto não concordarão comigo, mas é apenas e só um ponto de vista, também sei que o texto poderá refugiar-se um pouco na subjectividade, mas é também um pouco esse o objectivo dele….a reflexão….

O silêncio é a melhor forma de disfarçar a falta de palavras

Cada vez que chegas a casa, depois de mais um dia de frustrações, celebrações, discussões, de emoções, tudo é motivo para te entregares ao álcool, esse teu amigo imaginário que te tolha a mente, te molda e domina, esse diabo que em ti não vive, mas em ti persiste.
Por incrível que pareça, é esse o mesmo diabo que faz com que cada vez mais falhes os teus golpes, talvez também porque aprendi a prevê-los com o passar dos anos.
Motivos, á muito que deixou de haver motivos, serei..?? serei não, sou o elo mais fraco de qualquer elo, de qualquer mundo em que só tu vives, e que nem tu próprio sabes que existe, e eu sou o elo que te liga a uma realidade muito tremule.
Sabes quem sou??? Tua mulher, filha ou irmã? Será que te lembras do meu nome? Pois eu lembro-me do teu, trago gravadas na pele cada letra dele, que a fivela do teu cinto, fez o favor de tatuar.
Quando foi a ultima vês que viste o brilho do meu olho, quando foi a ultima vez que me deste colo, tal como o mar alisa a areia, a infância que não vivi, alisou-se das nossas memórias….da minha e da tua
Li algures num livro que “... que os sorrisos servem para uma data de coisas, como por exemplo para tapar buracos que aparecem quando o mar de palavras se transforma em deserto…”, há quanto tempo os nossos jantares não são regados com o aroma das palavras, será que sabes que eu existo?
Saber sabes, apenas não partilho contigo que adoro orquídeas ou que a minha cor preferida é o branco e que infelizmente cada minuto da tua ausência, é um pequeno momento de paz.
Será que sabes que não pedi para nascer e que a primeira frase que um dia disse foi……Adoro-te…..

old school





A maltinha dos fins da década de 70, princípios de 80 (falo mais para os rapazes), cresceu a ouvir comentar / relatar os poucos jogos que passavam na tv, (nos tempos que correm é quase um jogo por dia) por dois clássicos comentaristas desportivos, Rui Tovar e Gabriel Alves.
Rui Tovar teve a oportunidade e foi para na altura elitista eurosport, deixando de relatar jogos para qualquer dos canais portugueses, caindo quase no esquecimento. Gabrile Alves por cá continua, lutando ou contrastando com os novos estilos de comentaristas futebolísticos.
É sobre essa diferença de estilos que vos quero falar, o estilo “old fashion” que os nossos cotas guardam saudades, o estilo do Srº Gabriel Alves que dizia o local de nascimento, a altura, o número de calçado, a marca do carro, o actor e actriz preferido de cada jogador que jogava e para além disso ainda fazia rir o pessoal com os pontapés que dava no português, celebrizando frases como “ai vai Vítor Paneira no seu estilo inconfundível …afinal não é Veloso” ou estamos aqui em directo do estádio ????, um estádio arrejado” ou ainda a sua mais famosa frase “a força da técnica contra a técnica da força”.
Hoje e para desgostos dos leigos dos novos conceitos técnico – tácticos (lolololol pronto influencias), os comentadores só falam em termos como oscilar, bascular, defesa alta, defesa baixa, pressão alta, pressão baixa, transições, 1º linha de transição (construção) e 2ª linha de transição (construção), diagonais e jogar entre as linhas, etc , etc…com tanto nome estranho, os nossos cotas que querem é ver a bola a saltar e de preferência na rede do adversário, deixaram de tentar entender o que eles (os comentadores) estão a tentar dizer, e ficam com saudades das calinadas do Gabriel Alves, pensando agora até para se ver um jogo de futebol, que é chamado o jogo do povo é preciso dicionário, deve ser influencias dos políticos, ou daquele que chamam “Especial One”, sim esse mesmo que trabalha em Inglaterra…..

O jogo do povo

Desde que me conheço como gente, que o desporto faz parte da minha vida, do meu ser. Tudo o que era jogo, eu gostava de participar, mas confesso que os colectivos sempre me atraíram mais, hoje talvez encontre uma resposta em algo que costumo dizer, nos jogos colectivos, tem que se juntar as ideias, os pensamentos de 5,6,7,11,15 ou mais jogadores num só, e dai se construir as vitórias, nos individuais estás sozinho e vales só por ti e pela tua qualidade, e não tens que tentar imaginar o pensamento dos teus colegas de equipa.
Como quase todos os jovens. Na minha infância experimentei o basket, o andebol, o volley, e inscrevia-me em todas as actividades desportivas que houvesse na escola.
Mas é claro a minha paixão é e sempre será o futebol, o chamado jogo do povo, muitos perguntam e não entendem a paixão espalhada pelo mundo inteiro á volta deste jogo, para mim a resposta até pode ser simples, já perceberam que é o único jogo onde aquele que é estatisticamente mais forte durante o jogo pode não ganhar. Isto é nos outros desportos, quem estatisticamente fizer mais lançamentos certeiros, como no basket, ou estatisticamente acertar mais remates dentro do campo como no volley , ou estatisticamente tiver mais ataques certeiros como no andebol, ou pegando nos desportos individuais, tiver mais pontos como no ténis , fizer menos tacadas como no golf, for mais rápido a chegar como nas corridas de atletismo, saltar mais alto ou mais longe, é o vencedor. Em todos estes desportos, olhando para os registos estatísticos reconhece-se facilmente que ganhou, ou seja, mesmo que a equipa teoricamente mais fraca ganhe, é porque naquele jogo foi estatisticamente melhor, no jogo do povo não, no jogo do povo as estatísticas podem não dizer quem foi o vencedor, podem não querer dizer nada, uma equipa pode ter mais ataques, ter mais remates, ter mais tempo a bola, mais cantos, mais tudo durante o jogo e perder o jogo, isto é, enquanto que nos outros desportos se tem que ser estatisticamente melhor para se vencer, no futebol a estatística é apenas e só isso, estatística, e o mais fraco estatisticamente pode chegar ao fim vencedor.
Talvez por isso os gritos de tor, rede, yes, gol, golo, continue a ecoar pelos quatros com uma força imensa.

eu não sou racista mas...

Perante este titulo será que é preciso dizer mais alguma coisa.
Para começar, devo dizer, para quem ainda não reparou, que o gaijo que escreve estas merdas (eu) é de cor, preto, negro, castanho, black, o que quiserem chamar, mas é com muito orgulho.
Quantas vezes já cheguei a um sitio, e enquanto não me apresento tratam-me tipo, o que é que este “gaijo” quer, deve ser mais um daqueles….. depois de me apresentar até me chamam doutor, coisa que não sou e mesmo que fosse dispensava o titulo.
“Eu não sou racista mas um preto no sitio X ou Y e ter um branco no desemprego…””Eu não sou racista mas a minha filha namorar ou casar com um preto…”” eu não sou racista mas…..”
Com esta introdução apenas quero levantar esta questão, esta e apenas esta…Quem é mais racista, um skin que assume publicamente os seus ideais, ou um pessoa que não o assume, e coloca o mas no fim da já citada frase “eu não sou racista….”?
Agora dirão que é mania de perseguição….não, não tenho e quem me conhece sabe bem que não tenho, e que me passa bem ao lado, mas ás vezes temos que dizer basta ao cinismo.
Eu não sou racista mas….
Eu não sou racista mais metia-os a todos num barco
Felizmente Portugal deixou de ser só tristeza do fado e os senhores e senhoras quem dizem o “eu não sou mas…” vêm os seus filhos e filhas a ouvir a chamada musica de pretos, e a ir as discotecas dos pretos, ou a dançar as musicas dos pretos nas discotecas do brancos….utilizando as expressões deles….
Já alguém disse um dia…”o fruto proibido é o mais apetecido”……

segunda-feira, outubro 09, 2006

Manos na tv

BLACK SKIN (Sic Radical)

Pois é...começou o tão aguardado (por nós familia) Vem tudo a Baixo, em que o meu mano Giló faz uma personagem, "black Skin"...uma personagem que pretende criticar os ultra nacionalistas que andam por ai....depois de ter assistido a algumas gravações, aguardava com espectativa o resultado...e logo para abrir....Manos GIló e Narciso em cena.... mas mais Mosketeiros (esta foi privada, desculpem os que não perceberam) vão apareçer.
Boa sorte kid....o teu sucesso também é o meu sucesso

Ps: o Programa vai passar todas ás 4ªs Feiras na sic radical, com repetições aos sáb e 3ªs.