segunda-feira, março 30, 2009

"Junior" - da ficção para a realidade


Rubén Noé Coronado, não passava de mais um cidadão transexual, até á bem poucos dias, altura que anunciou ao mundo que estava embarazado, que na dialéctica castelhana, significa estar grávida.Nasceu Estefânia, mulher portanto, operou-se virou Ruben, homem portanto. Ruben é casado, e a sua namorada, que já tem dois filhos de uma relação anterior, não pode ter mais rebentos. Assim Ruben decidiu-se “sacrificar” e aproveitando os seus órgão femininos originais, engravidar ele mesmo, através de inseminação artificial.
Não vou aqui questionar os direitos ou não que Ruben e Esperanza têm de o fazer. Apenas olho para a frente e vejo as horas de terapia que estes dois gémeos terão de enfrentar, quando chegarem á idade escolar e enfrentarem a “maldade” e crueldade natural das crianças. O entendimento que darão ao facto de terem um pai / mãe transexual. Esperemos que consigam lidar bem com tudo isso.

Os cientistas “brincam”, com a mãe natureza, mudam-lhe a ordem natural, sem antes preparar toda uma sociedade global para essa mudança. Todos nós nos rimos aquando do filme “Júnior” interpretado por
Arnold Schwarzenegger e Danny Devito, o certo 15 anos depois vemos o cinema de ficção colocado na realidade, e sinceramente esse facto assusta-me um pouco. Esse susto passa a ser maior quando pesquiso sobre o tema, e percebo que não é um caso virgem, que em Junho do ano passado nos EUA, aconteceu um caso idêntico ao de Ruben. Agora quando visualizar filmes series de ficção cientifica, terei sempre que equacionar, até que ponto a ficção não se tornará um dia realidade, ou onde acaba a realidade e começa a ficção?

Considero-me uma pessoa de mente aberta, e apologista do progresso e da inovação para bem da humanidade, a minha questão aqui é até que ponto casos destes, são progresso e inovação científica em prol da Humanidade?

Não foram só Ruben (Estefânia) e Thomas Beatie (que nasceu Tracy) que ficaram “embarazados”, embaraçados ficamos todos nós perante estas alterações á ordem natural das coisas, que o Homem ganhou o poder de conseguir criar. A natureza deu-nos capacidade de raciocínio, agora estamos a usar essa capacidade que nos foi dada para nos substituirmos a ela. Tudo isso me parece confuso demais, embaraçoso demais.

Felicidades Ruben e Esperanza, não vos critico pela decisão tomada, apenas se decidiram a usar uma possibilidade que vos posta, como opção, para a resolução de um problema. Adopção seria outro, mas com processos normalmente (e por vezes compreensivelmente) demorosos
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