quarta-feira, novembro 19, 2008

Sérgio Vitorino – Subeditor de Portugal do Jornal Correio da Manhã

“Em 1992, então estudante de liceu, ajudei á fundação dos No Name Boys. Em longas reuniões no Jardim do Regedor, discutiu-se o nome da nova claque. Ficou “os Rapazes Sem Nome”. Nada melhor definia a união de brancos e negros, desempregados e advogados, polícias e cadastrados, esquerda e de direita. Um só objectivo: Apoiar o Benfica, sem violência, nos estádios de Portugal e do Mundo (desígnio, acredito, que muitos NN ainda seguem).
O dinheiro vinha das quotas e da venda de cachecóis, t-shirts e calendários. Chegava.
As tragédias têm o condão de mostrar de que são feitas as pessoas. Em 1994, no regresso de uma viagem para apoiar o Benfica na Croácia, um acidente levou-nos três amigos: “Gullit”, Tino e Rita. Cada um deu o que podia e pagamos os funerais. Abandonei após o homicídio no jamor. Não queria ser visto como um criminoso, embora naquele dia, entre quatro mil NN que lá estavam, apenas um o tenha sido. È com tristeza que vejo no que se tornou o grupo. Não é a mim, membro nº115, que envergonham. È aos verdadeiros adeptos, como o “Gullit”, o Tino e a Rita:”

Sérgio Vitorino – Subeditor de Portugal do Jornal Correio da Manha


Sérgio provavelmente teremos assistido a muitos e bons jogos lado a lado, e ainda bem tens a possibilidade e a coragem de escrever o que escreves-te no jornal a onde trabalhas.
Ao contrário de ti não estou desde o inicio, só me juntei aos Rapazes sem nome, passados alguns meses, e entretanto passaram-se 14 anos.
Mas ao contrário de ti por lá continuo, sou um dos muitos que continua a lutar por aquilo que escreves-te no teu texto “Um só objectivo: Apoiar o Benfica, sem violência, nos estádios de Portugal e do Mundo”, se bem que agora e com muita pena minha, por questões profissionais quase só nos jogos em casa.
Não te critico por teres desistido, tenho a plena consciência, que sermos conectados com isto, ou com aquilo, sermos acusados de isto ou de aquilo, não é fácil! Mas não desisti, o amor ao jogo e ao clube, são maiores, e vencem qualquer outra conexão com situações que não me dizem nada.
Como eu, (e tu sabes) há muitos, gente que está nos No Name para apoiar o Benfica.
Falas-te no teu texto no “Gullit”, Tino e Rita. Os que com o “Gullit” conviveram, lembram-se dele a cada importante vitória do Benfica. È o meu caso.

Deixo-te o link do meu blog onde escrevi um texto sobre este assunto, a pergunta que te quero deixar, é se após lê-lo se te revês nele? Se sim, provavelmente ainda será um Rapaz sem nome, e é de gente como tu, que nós precisamos!

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