terça-feira, fevereiro 26, 2008

Quero sair á rua e parar o tempo....


O gosto de abrir a janela e sentir-me, pelo sol abraçado!
Antes de tal momento, já ouvi os cânticos da multidão madrugadora, maioritariamente de meia idade ou mesmo idosos!

O rei brilha com toda a sua força e alegria, convidando os catraios, para virem até ao pátio, esfolar seus frágeis joelhos, sujarem acidentalmente seus trajes de domingo!
Lembro-me que já um deles fui, e sorriu com essa lembrança, distante, mas sempre uma lembrança!
Respiro fundo, e por mim a dentro, entra a fresca brisa marítima, purifica-me interiormente, tal como um banho quente me purifica a alma!

Sinto-o mas não o vejo, sei que parte do seu leito, está por de trás de prédio que me cega!
Que importa essa cegueira, se hoje me diz “bom dia”, com tanta intensidade, que quase pareço mergulhar nele enquanto o respiro!

Falta-me tempo!
Para redescobrir as amizades antigas, aquelas que não se diluem com o tempo, mas que a transparência do tempo que me falta, quase faz desaparecer!
Falta-me tempo!
Para os diálogos parvos de café, sem sentido, falar só por falar, regados com a frieza dos copos de onde brota espuma de cevada, porque falar só por falar, seca a garganta, e a conversa não sai fluida!

Quero sair á rua neste dia para ter esse tempo, para me deixar beijar pelo sol, para respirar o rio, para os parvos diálogos, com aqueles que não quero, que a transparência do tempo, faça desaparecer!

Quero sair á rua e parar o tempo....

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Lisboa Invisível

Fui ver esta peça que está em cena até dia 23 de Fevereiro no Teatro Municipal de São Luiz no âmbito do Ciclo Outras Vozes Lisboa – África. A peça dura cerca de 1hora e 30 minutos mas parece mais, pois os actores pela dinâmica em palco, conseguem nos retratar dias, meses, anos, através de situações do nosso quotidiano, vividas por pessoas de origem dos Palop!

A peça em si, transporta-nos para vivencias que muito provavelmente já presenciamos e com o qual até nos identificamos, mas é sobre o próprio titulo que mais recai a minha atenção!
Lisboa Invisível, como poderia ser Porto, Coimbra, Londres, Paris, Nova Iorque ou toda e qualquer grande cidade mundial. A invisibilidade a que nos vetamos uns em relação aos outros, o fecharmos os olhos a situações, a ignorarmos gente que é igual á “gente”. Não é Lisboa que é invisível , a “condição humana” é que se tornou invisível, a condição humana é que se deixou de ver a ela própria. Faz-me Lembrar parte da mensagem do filme “Colateral” com Tom Cruise e Jamie Foxx, em que a certa altura do filme Vicent (Cruise) diz algo parecido com isto…”um corpo morto, pode andar 3 dias no metro de Nova Iorque (salvo erro) que ninguém daria conta!” Dá que pensar não? Somos assim tão invisíveis!?

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Não acredito em Santos - Fidel


Hoje acordei com uma noticia, que há muito tempo, não era oficial mas era oficiosa! A renuncia de Fidel Castro ao principal cargo da estrutura politica Cubana! Nada que o mundo já não soubesse, nada que não que não estivéssemos á espera.
Enquanto escrevo este texto, oiço a música dos Orichas, talvez um dos que anteciparam Cuba pós Fidel. Não cresci a ouvi-los cantar, mas cresci a ouvir sobre Fidel falar. Não acredito em santos, e certamente Fidel terá feito das suas. Dei por mim a constatar um facto interessante, e que talvez não seja o único a ter este clique sempre que oiço o nome de Fidel. Associo-o Fidel ao “nosso” Alberto João Jardim, Cuba a nossa madeira, e E.U.A ao continente! Não encontram semelhanças? Duas ilhas, dois homens, duas dinastias politicas, dois intocáveis.
Que os Orichas cantem a nova Cuba, que Havana seja mais livre que a Madeira, mas de facto livre, não sobreposta a vontade politica dos “states”!
Não acredito em santos….Alberto e Fidel não o foram com certeza! Hasta siempre Fidel, o tempo dirá se te encontrarei nos livros de história dos "meus" putos....

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

E do mar….fazer vulcão!

Bebo teus seios, como se eles pudessem matar minha sede
Rapidamente descubro que o sofreguidão,
Com que o faço, não mata a secura dos meus lábios
Continuo a querer beber de ti, dos teus lábios mimados, de ti!
Não importa de onde, importa é que seja de ti!

Navego, como um solitário pelo corpo,
A brisa que alimenta minha vela,
é o leve respirar que sai do teu doce gemido
De entre as tuas coxas, sai o vulcão submerso,
na imensidão que é o teu eu, ao qual também quero pertencer.

A cada parar, a cada mudança de ritmo, a cada penetrar,
Embrenho-me mais ainda, e nem a tempestade que se poderia abater,
Me faria parar esta viagem!
Aliás é assim que o quero sentir,
Revolto, quente, excitado.
È assim que me o fazes sentir!

Apetece-me parar a jangada, para mergulhar,
e assim sentir, livremente o calor do teu vulcão.
Apetece-me acordar pela manhã
E do mar….fazer vulcão!

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Assustadoramente bela...


No céu tudo é escuro,
Tudo é turbilhão!
A fúria da natureza,
Abate-se sobre o deserto citadino!
A noite á muito que chegou,
Hoje talvez mais noite que a própria noite,
Incendiada por raios que rasgam,
Cortam o silêncio, que se abateu,
Como pode ser belo o abismo!
Como é atractivo, um segundo do horrendo!
A chuva continua a bater na janela,
Intensa e repetidamente…
A beleza da escuridão….
Sim a revolta da natureza também é bela….
Assustadoramente bela………

No fundo da rua


No fundo da rua há algo que ainda está por descobrir!
O fim de um caminho, por vezes longo, por vezes curto
Apenas ali, no fundo da rua,
Algures entre a esquina e a esquina!
No fundo da rua brincam os meninos,
No fundo da rua,
Há alegria, há choro, há os primeiros beijos,
Ali…no fundo da rua!
No fundo da rua havia tudo isto!
No fundo da rua,
Já não há alegria,
porque também já não há meninos!
No fundo da rua,
é apenas e só uma porta de passagem,
onde os outrora meninos,
quando lá passam,
por breves momentos, voltam a ser meninos
e recordam como costumava ser,
o fundo da rua!

Feitiço ou enguiço?


Algo que me prende, me agarra, me amarra!
Luto para me libertar, ou finjo que luto,
Por vezes é a opção mais fácil,
Fingir que….
Fingir que isto, fingir que aquilo,
Fingir que não ouvimos,
Fingir que não vemos,
Pior ou melhor que tudo,
fingir que não sentimos ou que sentimos!
Feitiço ou enguiço?
Há vida para além do grande amor?
Ou será sobreviver dentro de outra paixão?
O palco onde representas,
Pode ser vazio, escuro,
Ou um cenário ilusoriamente colorido,
Ilusoriamente animado, ilusoriamente representado!
Feitiço que vira enguiço,
Enguiço que vira feitiço!


sexta-feira, fevereiro 08, 2008

"Pensa Bem"

Queria vos mostrar estes trabalhos! Os textos foram escritos por eles, e interpretadas por eles. A qualidade de imagem não é a melhor, mas eram as condições que tínham, e o que interessa mesmo era o objectivo final. Alerta-los e eles e a outros iguais a eles. Este é o das raparigas, está em fase de conclusão o dos rapazes e ainda um outro que juntará ambos os sexos.
"Pensa bem" foi o nome escolhido, inspirado na música escolhida, para acompanhar o video! Mérito é deles.....



este é o texto escrito por eles que acompanha!
se quisserem dar um olho no blog deles é http://www.wwwsaudejovem.blogspot.com/

"Olá a todos.
Como vos divulgou o jovem, e actor do grupo em questão, Pedro, estamos na fase de projecto dos sketches. Ao todo serão 3. Sendo que os dois primeiros já estão feitos e prontinhos para vos fazer sorrir e reflectir sobre as vossas escolhas, não só as que já fizeram como as que ainda podem fazer.
Este trabalho esta a ser realizado em conjunto com alguns técnicos, e como disse o Pedro, direccionado para jovens, assim é de prever que tenha o seu lado construtivo.
Com a partilha de diversas situações de vida, criadas especificamente para este trabalho, vais perceber que podes até identificar-te com alguma, podes ate perceber que conheces este ou aquela que esta numa das situações apresentadas. E o que pensas fazer? E o que pensam os jovens fazer quando estão assim? O que queremos transmitir é que existe sempre um caminho diferente. Por exemplo, e utilizando a informação dos sketches, és jovem e receias perder a virgindade, apanhaste uma doença sexualmente transmissível, não gostas de usar preservativo… são situações porque todos nos passamos e por isso não quer dizer que por um dia tenhamos errado não possamos mudar isso. Receias perder a virgindade? Vem ao "......." e encontraras quem te esclareça todas as dúvidas. Apanhaste uma doença sexualmente transmissível? A partir daqui provavelmente protegeste. Não gostas de usar preservativo? Pesquisa sobre os riscos de não o fazer e faz a tua escolha. Duvidas, receios, certezas sem fundamento, como estas há muitas. E muitas escolhas há também. Por isso informa-te, pesquisa, pergunta a alguém próximo, vem ao "....", e seja onde for, com quem for, não tomes nenhuma decisão sem reflectir. Esta sim é a principal mensagem que vos damos.
Até breve."

Sandra Amorim

"Pensa bem"


"Pensa tu também"

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Jorge Mauricio

O Paulo Jacinto é ou foi um daqueles que tal como eu tem uma paixão, que por vezes não é compreendida! Umas vezes por culpa nossa, outras vezes por culpa da comunicação social sensacionalista! As claques de futebol! Quando mais jovem, debitava nomes das claques dos maiores e mais pequenos clubes espalhados pelos quatro cantos do mundo, fruto de um vicio, quase droga que é frequentar estádios de futebol desde os 8 anos (estádio da luz em particular). Fazer os Km que fiz por Portugal e estrangeiro tão precocemente, ver o que vi, fazer o que fiz, conhecer quem conheci, ajudou-me a ser mais adulto rapidamente.

Mas não é de mim, nem das minhas histórias da bola que vou recordar neste “post“. Tal como o Paulo e aproveitando o texto do Paulo e a história do Paulo, que se confunde com a minha, quero recordar Jorge Maurício (Gullit). Amigo, eras grande! Desculpa és grande! Se em vida tornas-te lenda pelo que fizeste, morto, simplesmente tornas-te imortal. Lembro-me muitas vezes de ti, amigo! Quando o nosso Benfica joga mal, e continuamos a puxar, quando damos um festival de tochas e lembro-me que uma seria certamente a tua, mas a vez que quase voltei a chorar o teu desaparecimento físico, foi quando ganhamos o titulo de campeões no Bessa……quase que te sentia ao meu lado na bancada….Sempre presente
Somos muito a Lembrar-te, por isso ainda vives!
Ps: Obrigado Paulo.
Cliquem para ouvir



Historia DeVida RDP-Antena1 (full version) - Paulo Jacinto & NoNameSLB-Hi5



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